quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Pra não dizer que não falei das flores - Geraldo Vandré (1968)


Roda Viva - Chico Buarque 1967

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Rodamoinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo (etc.)

A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo (etc.)

O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo (etc.)

Roda Viva - Uma Voz na Ditadura Militar


terça-feira, 30 de outubro de 2012

DOPS

O termo “DOPS” significa Departamento de Ordem Política e Social, criada para manter o controle do cidadão e vigiar as manifestações políticas na ditadura pós-64 instaurada pelos militares no Brasil.
 
O DOPS perseguia, acima de tudo, as atividades intelectuais, sociais, políticas e partidárias de cunho comunista. Entre os anos de 1964 e 1974, em virtude da resistência ao regime militar crescente, a DOPS obteve maior autonomia. A partir do momento em que o Brasil se abriu para o processo de redemocratização, a instituição perdeu atividades e sentido pela sua existência. DOPS exercia função de órgão policial, e deixou documentos como ofícios, relatórios, radiogramas e livros que hoje servem como pesquisa histórica e busca de processos judiciais. Há dossiês que discriminam sobre a existência, na época, de eleições sindicais, greves, partidos políticos, atos públicos e outros acontecimentos que eram registrados e vigiados pela DOPS. As celas do antigo edifício do DOPS, em São Paulo, onde vários políticos ficaram detidos, foram torturados e mortos, foram transformadas em locações do Museu Imaginário do Povo Brasileiro. O prédio está reformado, o que é criticado por ex-presos políticos da época, pois a reforma apagou todos os traços de resistência e sobrevivência daquele tempo chumbo.

Ditadura Militar Lei 5.536 (A Censura no Brasil)